Querida pessoa:
É impressionante como eu volto sempre a cair no mesmo erro. É como uma estúpida pedra que parece que me quer fazer cair, por mais vezes que eu me desvie dela e siga por outro caminho. Não, existe sempre uma altura em que eu baixo a guarda, me esqueço, e lá está ela. Como sempre esteve.
Sim, estou a comparar-te a uma pedra. E até posso dizer que o és, és apenas um obstáculo no meu coração, que quando quer, dá sinais de vida e mostra dor. Dor que posso dizer que é insuportável. No entanto, é insuportável mas só eu o sei, porque como tu bem sabes, eu não sou pessoa que mostra os seus sentimentos, e o que se lhe passa na cabeça. Ou então nem sabes, e poderá ser por isso que mo estás a fazer, me estás a deixar sofrer da forma como estou. Ou não. Eu tenho apenas de arranjar uma desculpa para me tentar fazer perceber, ou pelo menos tentar não, não sei, tentar pelo menos encaixar tudo na minha cabeça, deixa-la finalmente funcionar correctamente. Porque, neste momento, ela está confusa. Chama pelo teu nome e ninguém responde. E eu choro. Ai se choro.
Sabias que tenho medo? Sim, é hilariante, mas tenho. Tenho medo de não voltar a ter ninguém igual, de não voltar a sentir o mesmo que já senti. As estúpidas borboletas na barriga, não são apenas uma coisa dita ao calhas. Muita gente pode pensar que eu sou muito nova para dizer isto, mas eu sinto que é verdade. Tenho saudades TUAS. E pela primeira vez, em muito tempo, posso admitir isto. Porque sei que é verdade. Tenho mesmo saudades tuas, saudades como nunca pensei ter.
Agarro-me com força às coisas que eu acho que ainda me prendem a ti, mas sei que não faz sentido, porque apenas me deixa mais triste, com mais vontade de te abraçar e de sentir que sou tua. Coisa que já não sou.
Mas não me aches fraca. Acredita que eu não vou rastejar para ti, quase que a suplicar. Não vou, porque sei que não se comete o mesmo erro duas vezes, e senti-me como uma parva quando o fiz. Além do mais, ainda tenho algum amor próprio não?
Eu gosto de relembrar os nossos momentos, apesar de poucos, com o maior dos carinhos, no entanto, o que passou, passou, ouvi eu dizer muitas vezes. E é verdade. Apesar de muita gente não saber, eu já cheguei à conclusão há muito tempo que não há volta a dar, não há futuro no passado.
E podes ter-me magoado mesmo muito, e neste momento ainda o fazeres, sempre que olho para ti, tão distante do que já fomos, mas eu também sei que não agi bem, por isso, não posso dizer nada.
Apenas que te adoro.
E este adoro refere-se ao namorado que foste, mas também ao amigo que te tornaste pelo meio. Um dos melhores que já tive. E isso não troco por nada.
Porque te adoro. E ponto.
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